Conhecendo brevemente a Wicca

O Começo:

Existia um tempo onde as religiões pregavam a igualdade com os demais seres vivos, algumas diziam que para se viver bem, teria que conhecer e respeitar o a terra, o ar, o fogo, a água e os seres vivos que habitavam a terra. É com base nessa ideia antiga que a Wicca moldou sua religião e seus dogmas.

Popularizada nos anos 50 pelo britânico Gerald Gardner a religião politeísta passou a ser conhecida por muitos como a religião da Deusa tríplice e do Deus Cornifero. É difícil falar completamente de uma religião sem fazer parte dela realmente, mas aqui fiz o possível. Descobri muito, e vou repassar esse conhecimento da bruxaria moderna nessa matéria. Busquei entrevistar pessoas que possuíam um conhecimento breve sobre o tema. Minhas descobertas se basearam nos conhecimentos da Sacerdotisa Sabrina, Aislin Celtic, de São Paulo.

Os Símbolos:

A Wicca tem grande influência de uma sociedade matriarcal, os celtas. Então a grande força maior para essa religião neo-pagan é a Deusa tríplice, a deusa de três faces. Representada pelo símbolo de três luas, ela é a jovem donzela;
o crescente lunar, virginal e delicado. A mãe Lua Cheia, com seu ventre inchado de vida. E a anciã a Lua em quarto Minguante, sábia e poderosa, que desaparece na noite escura da morte. 

Sempre três, pois este era um numero sagrado para os celtas. A Deusa é a mãe natureza também, a que zela por todos os seres vivos da terra. Enquanto a lua é a Mae da terra, a grande Deusa. O sol por sua vez é o Deus, o Cornifero, representante da virilidade e protetor dos bosques. Rei do Carvalho e do Azevinho. Guardião das entradas e do círculo magico.
Aquele que da seu corpo e sangue para que a natureza sobreviva o difícil inverno, mas renasce sempre na primavera através da Deusa. O pentagrama é um símbolo da deusa, do universo suas pontas significam; Água, terra, ar, fogo e espírito.

Quando os cristãos estavam avançando terras pela Bretanha, e se deparou com os celtas e seus Deuses peculiares, fez da imagem do Deus Cornífero o demônio. Com seu corpo de homem, chifres de cervo, cascos de veado e barba de bode.

Os princípios:

As leis básicas da Wicca são; A lei tríplice, onde tudo o que fizer voltara três vezes mais para você, ou seja. Tudo aquilo que fizer retornará a você nesta vida multiplicado por três. A lei da bondade, onde não fazer nem desejar mal para ninguém. E o livre arbítrio, não interferir na vida de outra pessoa, seja em casos de bem ou de mal.

O coven é algo muito importante para a Wicca. É uma família, uma pequena igreja. Um grupo que tem um laço físico e emocional muito forte, que fazem os rituais e celebram os festivais juntos. Tem como finalidade adorar a Deusa e o Deus. É um grupo pequeno, de no máximo 13 pessoas. Cada coven tem seu líder, escolhido pelos membros do grupo. Ele é o responsável por conduzir as cerimônia, canalizar a energia do grupo, inicia e interrompe cada ritual.

Sobre os panteões, não existem problemas em seguir vários deuses, varia de bruxo para bruxo essa opção. A lista vai desde os Deuses do antigo Egito, da Grécia, Índia ou Bretanha. Porém o panteão que os antigos celtas acreditavam e que é reconhecido nas tradições fundamentais da wicca é o Celtico e o Nórdico. Com Deuses como Balor, Badb, Angus Mac Og, Aine.

As Comemorações:

Existem também, os festivais onde comemoram a Deusa ou o Deus. Os Sabbats, e os Esbáts. Sendo Sabbats, as celebrações relacionadas ao Deus, e Esbáts para a Deusa. São 8 Sabbats ao todo. E os Esbás em toda a fase da lua. A Wicca segue o princípio de continuidade, Então o ano é representado pelo calendário Roda do Ano, onde tem eventos Sazionais, que muitos foram convertidos em datas comemorativas nos dias de hoje. E são esses;

 Samhain, convertido hoje para o Halloween: Representando a linha tênue entre o mundo dos mortos e o mundo dos vivos. Acreditavam que os ancestrais tinham mais influencia nos vivos nessa data. Essa é uma época de meditação e reflexão, sobre os ciclos da natureza, da vida e da morte. No hemisfério norte comemoram no dia 31 de Outubro. E no sul no dia 1 de maio.

Yule, convertido para o natal: Onde celebram o renascimento do Deus Cornifero, é comemorado no solstício de inverno. No hemisfério norte no dia 21 ou 22 de dezembro. E no sul no dia 21 de Junho.

Imbloc: A primavera. A Deusa é venerada em seu aspecto de Virgem da Luz e seu altar é decorado com galanto, que anuncia a primavera. É a festa da lactação, da bênção aos recém-nascidos, pois a Deusa amamenta o Deus renascido na forma de seu filho. é comemorado no dia 1 ou 2 de fevereiro no hemisfério norte, e no sul dia 31 de julho.

 Ostara: Comemora o Equinócio da primavera. O sol aumenta em poder e a terra começa a florescer. Na época do equinócio de primavera, os poderes da fase de armazenamento do ano são iguais aos da escuridão do inverno e da morte. Para muitos pagãos, o jovem Deus, com seu chamado de caça, mostra o caminho com dança e celebração. Outros dedicam essa época do ano a Eostre, a Deusa anglo-saxã da fertilidade. Hemisfério norte dia 21 ou 22 de março, hemisfério sul. 21 ou 22 de setembro.

 Beltane, convertido para Noite de Santa Valburga: A primavera dá lugar à primeira floração plena do verão e os Pagãos celebram Beltane com a dança da fita, simbolizando o Sagrado Casamento entre Deusa e Deus. Comemorado no hemisfério norte 30 de abril ou 1 de maio e no sul, 1 de novembro.

 Litha: Solstício de Verão, o Deus em seu aspecto de luz está no auge de seu poder e é coroado como o Senhor da Luz. É uma época de fartura e celebração. 21 de Junho no Hemisfério Norte e 21 de Dezembro no Hemisfério Sul.

 Lammas: é o tempo da colheita do trigo, quando os Pagãos colhem o que plantaram, quando celebram os frutos do mistério da Natureza. Em Lammas, os Pagãos dão graças pela generosidade da Deusa em seu aspecto de Rainha da Terra. Comemorado no Norte dia 1 de agosto, e no sul 2 de fevereiro ou 21 de fevereiro.

 Mabon: o equinócio de outono dia e noite tornam-se iguais. À medida que as sombras aumentam, os Pagãos vêem as faces mais sombrias de Deus e Deusa. Para muitos, esse rito honra a velhice e a aproximação do inverno. No hemisfério Norte 21 de setembro e no Sul dia 21 de Março.

Os Objetos:

Nos rituais que fazem alguns instrumentos são utilizados, eles são de vital importância e canalizam muita energia no processo. Entre eles tem as vassouras, que são usadas para limpar energias negativas nos rituais. O caldeirão significa de onde vem todas as coisas é usada para queimar papeis com pedidos, agradecimentos e orações ou para fazer fogueiras. Ele também simboliza vida, é nele onde se prepara o alimento. Tem também o cálice e o athame, o cálice representando o sagrado feminino, o útero, e o athame uma espécie de faca representa o falo masculino, juntos eles representam união.

O livro das sombras é um livro feito por bruxas, onde nele a bruxa ou o mago escrevem magias, feitiços e rituais. É um diário mágico de cada bruxo, escrito a mão ele. O seu nome vem da ideia de que ele tem que se manter oculto, nas sombras das realidades desse mundo. É geralmente preto com um pentagrama na capa, mas varia muito de bruxa pra bruxa.

Hoje:

Apesar de todo o preconceito da religião cristã, de ser tachada como religião demoníaca a Wicca continua nos dias atuais, seus praticantes, como qualquer outra religião não cristã, sofrem muito na sociedade. Tendo seus deuses visto como demoníacos. Mas tudo não passa de falta de conhecimento, pois a Wicca não crê em um demônio ou inferno, tampouco reconhece. Não possui uma bíblia oficial, seus conhecimentos são passados de sacerdotes para iniciados. Nenhum coven é igual ao outro, o princípio da religião é o mesmo, porém é uma religião bem livre em relação as magias e ensino. Não é sabido oficialmente o número de wiccanos no mundo inteiro e constatou-se que é mais difícil estabelecer o número de membros de religiões neo-pagãs do que de qualquer outra religião devido à sua estrutura familiar ou clãns. Aqui no brasil a Wicca chegou em meados de 1980 a organização mais antiga é a AbraWicca, é uma associação da wicca aqui, sem fins lucrativos, ela uni os praticantes da wicca de todas as tradições, ou não ligados a tradição nenhuma, trocando informações e experiências. Só pode ser associado quem comunga a visão da Wicca.