As vezes imagino o mundo como duas forças entrelaçadas que lutam entre si, o caos e a ordem. Vejo claramente bombas explodindo, placas se chocando, barragens se rompendo. O caos se implanta a cada dia, a cada minuto, uma força contra as coisas certas ja estabelecidas. Não vamos imaginar essa luta como “bem” e “mal”, mas como duas forças que tem consequências distintas.
O milagre e a maior benção que esse planeta ou o cosmos possui talvez seja a capacidade de se adaptar, de existir orem depois de um caos. A forma como as coisas acabam se encaixando, como se a vida lutasse para viver apesar de tudo. Como um shopping que foi abandonado depois de um incêndio em Bangkok que virou um tanque dos mais belos peixes.
Não podemos negar de que lado o ser humano mais se identifica, o progresso, a evolução da civilização as vezes trazem consequências caóticas para a biodiversidade em que está inserida. Essa movimentação, mesmo que minima é um caos. Casinhas pequenas no morro, um rio desviado, uma arvore cortada, uma rua asfaltada.

“A Floresta Flutuante” Forografia de Bruce Hood, baía de Homebush Sydney, Austrália.
Todo movimento tem consequência, tudo que vive produz alguma alteração no meio que está inserido. Mas talvez, a mais bela de todas as consequências, caos e ordem, estejam ligadas a natureza.

Fotografia da serie de Peter Lippmann http://www.peterlippmann.com/
Eu gosto de lugares abandonados, cidades abandonadas, casas deixadas para trás. Se engana aquele que pensa que está vazio só poque não existe vida humana. O fotografo finlandês Kai Fagerström também possui essas ideias e resolveu ilustra-las de forma clara em um livro de fotografias, The house in the Woods, aonde ele capturou animais silvestres utilizando uma velha casa abandonada como lar.
A primeira coisa que se nota é a natureza se adaptando aquele caos estabelecido, tentando trazer ordem e equilíbrio proliferando a vida que uma vez foi tirada dali por desculpa do progresso. E é certo que o dano causado por mãos humanas é as vezes mais rápido do que a capacidade da natureza de se adaptar.
Tudo isso fica mais claro ao assistir o documentário do National Geographic, Aftermath: Population Zero, que explora e ilustra como a natureza estabeleceria um novo equilíbrio se todos os humanos do planeta desaparecessem.

Ta Prohm. Siem Reap, Cambodia.
Mas não da pra se apoiar nessa habilidade de “anticorpos” que a natureza tem de tentar cicatrizar todo mal que aflige o planeta, e ser parte do problema. Pois o planeta viveria melhor sem os homens, mas e os homens, viveriam sem o planeta?
Excelente publicação. Parabéns.
CurtirCurtir
Que texto incrível!
CurtirCurtir
obrigaddaaa 🙂
CurtirCurtir
Não vamos categorizar como bem e mal e sim forças distintas – essa parte em si cabe pra tanta coisa né? Essas fotogragias são incríveis é impossível ver o post somente uma vez, a barra sobe e desce, desce e sobe rs
CurtirCurtir
fico tão feliz pelo carinho ❤ ❤
CurtirCurtido por 1 pessoa
Ótimo texto!! ❤
Me fez pensar em um ensinamento de Jurrasic Park (sim): "a vida encontra um meio". Apesar do caos, apesar da intervenção humana ou, em função de tudo isso, a vida sempre encontra um jeito…
CurtirCurtir
A Natureza luta e resiste! E com tanta beleza.. Não sei como vivemos tanto pelo progresso, pois me sinto muito mais inspirado em lugares verdes e abertos do que em cidades cinzas de becos e ruas fechadas!
É muito importante você nos indicar o projeto Fagerström.
CurtirCurtir
Ótimo post !
CurtirCurtir